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AlterEgo (MIT) — A Voz Silenciada: Tecnologia, Consciência e o Futuro da Expressão Humana

  • carlospessegatti
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura



AlterEgo é uma interface neural periférica, vestível e não invasiva que permite que humanos conversem em linguagem natural com máquinas, assistentes de inteligência artificial, serviços e outras pessoas sem precisar de voz — sem abrir a boca e sem movimentos observáveis externamente — simplesmente articulando palavras internamente. O feedback ao usuário é dado por áudio, via condução óssea, sem interromper a percepção auditiva habitual do usuário, tornando a interface em circuito fechado. Isso permite uma interação humano-computador que é subjetivamente vivenciada como completamente interna ao usuário humano — como falar consigo mesmo.  


O foco principal deste projeto é ajudar a apoiar a comunicação de pessoas com distúrbios da fala, incluindo condições como ELA (esclerose lateral amiotrófica) e EM (esclerose múltipla). Além disso, o sistema tem o potencial de integrar perfeitamente humanos e computadores — de forma que a computação, a internet e a IA se integrem à nossa vida cotidiana como um "segundo eu" e ampliem nossa cognição e habilidades.  


O sistema vestível captura sinais neurais periféricos quando os articuladores internos da fala são ativados de forma voluntária e neurológica, durante a articulação interna das palavras pelo usuário. Isso permite que o usuário transmita e receba fluxos de informações de e para um dispositivo de computação ou qualquer outra pessoa sem qualquer ação observável, de forma discreta, sem desconectar o usuário do seu ambiente e sem invadir sua privacidade.  


“Penso, logo interajo.


Com esse novo paradigma, o MIT propõe, através do projeto AlterEgo, uma ruptura nos modos de comunicação estabelecidos entre humanos e máquinas. Trata-se de um dispositivo vestível que permite ao usuário comandar e se comunicar sem emitir som ou realizar movimentos evidentes, apenas utilizando os sinais neuromusculares da fala interna.


Este projeto não é apenas uma revolução tecnológica — é uma janela para novas formas de subjetividade e presença no mundo. O AlterEgo se propõe a captar a voz silenciosa da mente, a linguagem interna, e traduzi-la em comandos, palavras e respostas. Com isso, a interface homem-máquina dá um salto do mecânico para o quase-místico.


 O QUE ESTÁ EM JOGO?

O AlterEgo nos coloca diante de um limiar: a separação entre o Eu biológico e o Eu expandido tecnologicamente. Aqui não se trata mais de ferramentas externas, como teclados ou telas, mas de simbiose direta entre cognição e interface, entre pensamento e ação digital.


Num mundo onde o tempo é cada vez mais escasso e a atenção fragmentada, o AlterEgo propõe um retorno ao essencial: o pensamento como forma pura de comunicação. É a linguagem antes da linguagem.


Mas será que isso nos aproxima do humano ou nos leva para além dele?


 REFLEXÕES FILOSÓFICAS E ARTÍSTICAS

  1. O Silêncio como Linguagem:

    Em um mundo barulhento, o AlterEgo propõe a escuta do invisível. Em termos musicais, isso é pura entropia invertida: a informação surge do silêncio, como se o timbre mais profundo de uma composição não fosse audível, mas apenas intuído.


  2. O Corpo como Interface Invisível:

    Se o corpo se torna uma antena silenciosa, onde fica a emoção? O afeto? Essa tecnologia exige uma nova forma de consciência corporal e mental, algo próximo da meditação ativa, ou de uma estética da atenção.


  3. Uma Nova Música da Mente?

    Imagine uma composição em que os comandos do AlterEgo fossem traduzidos em sons — uma orquestra cerebral, onde cada pensamento silencioso se torna uma nota, uma textura, um drone harmônico. Um futuro álbum explorando este tema está em processo de estudo.  Aguardem!




 
 
 

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